sábado, 11 de outubro de 2008

Coração bôbo (Nepom Ridna)









Coração bôbo. Nem espera, já se entrega, que nem criança inocente, sorrindo e se jogando nos braços de quem lhes estende. Sem medo, sem ao menos imaginar estar-se atirando em um abismo. Pois os braços inconsequentes, podem fingir segura-la, não ter forças para ampara-la, ou até mesmo distrair-se, deixando-a arrebentar-se no chão. Coração bôbo. Que nem um cão vira-lata, perdido, solitário, faminto. Que ha um simples estalar de dedos, ha um simples afago inconsequente; já se entrega, e acompanha fielmente um forasteiro qualquer. Ah! coração. Quando irá perceber que o mundo é cruel! Que o Amor é quase uma ilusão! Que vagas sozinho entre estrangeiros cegos e intocáveis! Indiferentes ao seu conteúdo. Quando irá perceber que ninguem te ouvi pulsar de alegria, quando Voce se engana pensando ter encontrado um semelhante. Coração bôbo. Bôbo, bôbo, bôbo. Sobrevive apenas porque é um sonhador. E o sonhador não vive a dor. Apenas sonha, sonha não te-la.




(Nepom Ridna)





Nenhum comentário: