segunda-feira, 22 de setembro de 2008

''A FACE DO AMOR'' (Nepom Ridna)


De onde se originou o Amor? Bem, lembro-me de quando eu ainda criancinha. Sendo cuidado, orientado e protegido pelos meus pais. Naquela época, eu não tinha noção que no desenrolar dessas acções, estavam algumas das mais belas expressões do Amor. No entanto, é a mais antiga que consigo recordar em meu viver. Tenho percebido, que existem demonstrações do Amor, em diversas áreas, em enumeras atitudes no dia a dia. Mas, para perceber isso, é necessário antes, conhecer, saber o que é o Amor. Tudo no mundo, só pode ser identificado depois de descoberto, no caso do Amor não é diferente! Mas aprendi, que para o Amor ser descoberto, é preciso senti-lo. E para senti-lo, é necessário busca-lo, e para torna-lo presente, é necessário pratica-lo. Lembro-me da minha fase de pré-adolescência, época em que começamos a manifestar nossa personalidade, e que comecei a entrar num abismo de solidão. Foi uma fase monstruosa que parecia não ter mais fim, e que se estendeu por longos anos, até que na fase adulta, muito lentamente, a dor quase insuportável num misto de angústia, medo do desconhecido, revolta com o sistema hipócrita, da solidão em meio à multidão... Quando percebemos que não é nesse mundo que gostaria-mos de estar, e percebemos que caímos numa cilada! pois não temos para onde ir! é tudo igual! Daí a dor da angustia é imensa! e quase insuportável! Aos poucos, este estado infernal foi se adequando ao sistema.
''Quando se chega ao fundo do poço, só tem duas opções; Tentar subir, ou permanecer la.'' Em meio a essa tormentosa fase de minha vida, talvez por uma busca de salvação, ou, e, por pressão da sociedade, numa tentativa inútil e estúpida de ser igual, foquei meus interesses em alguém. Lógico que ela tinha lá seus atrativos, tanto é que despertou-me atenção. Apesar de ter sido criado em meio há várias manifestações de Amor, foi nesse relacionamento que o encontrei pela primeira vez. "As vezes, temos em nossas vidas, tudo que é necessário para estar-mos em paz e harmonia, e, por não reconhecer esses bens, vivemos em tormento." Naquela época, para mim, o que Eu sentia por aquela garota era o mais puro Amor, fiz juras de Amor eterno, vivia no mundo-da-lua, pensava nela 25hs por dia, escrevia seu nome na areia e em tudo que pudesse ser rabiscado, pensava que morreria se a perdesse, a perdi. Sofri muito. Pensei não mais voltar a Amar, como se o Amor fosse algo limitado num relacionamento! Como se fosse algo formatado e compactado, com início, meio, e fim! Hoje, percebo, que o que vivi foi um relacionamento de Amor ingénuo, bonito, mas ingénuo. Uma expressão de Amor adequada para meus conhecimentos e necessidades naquela época.
A perda, era um dos obstáculos, entre muitos que Eu teria que lidar em minha vida Sofri, e somando mais essa desilusão de ter perdido o que Eu acreditava ser o único Amor de minha vida! parecia nada importar Pensava que vagaria solitário sem Amor até o fim de minha triste vida, quando; na vivência do dia a dia... nos encontros e desencontros de um viver comum, percebi que estava tomado por um sentimento conhecido! Ora! então seria o Amor!? É descobri que se pode Amar mais que uma vez! Sim!!! era o Amor sim! e Ele se apresentava com mais segurança, fluía mais claro e belo! e... a perda novamente também não machucou tanto Nem na terceira, quarta vez... A cada novo amor vivenciado, aprendi que o Amor é um sentimento de conteúdo infinito, e sempre pode ser acrescentado mais; "ingredientes", pois o último relacionamento Amoroso que vivi, foi muito mais rico e intenso que os anteriores
(Creio que o próximo será ainda mais esplêndido) Quando Eu estava com minha primeira namorada; a minha visão sobre o Amor era muito diferente da que tenho hoje, e que creio ter amanhã Naquela época, por exemplo; Eu não conseguia associar a relação sexual ao Amor Queria casar-me antes, daí sim, as relações sexuais aconteceriam normalmente Até que uma outra namorada anos depois, sendo Ela muito mais experiente que Eu, mostrou-me outras versões sobre um relacionamento Amoroso, e aprendi que; Acreditava que o Amor era um sentimento tão puro! e devido a visão que Eu tinha naquela época sobre o sexo, onde Eu o associava apenas ao prazer carnal, não tive relações sexuais com minha namorada, pelo fato de acreditar que; ao fazer sexo com ela, mancharia os meus sentimentos (Talvez tenha sido o principal motivo dela ter me abandonado)"A relação sexual, é sim um ato carnal, É uma busca pela satisfação física, Mas, quando se pratica com alguém que se Ama, o gozo torna-se sublime" A cada final de relacionamento, aprendi que; "Quando se Ama, na verdade não se perde nada, o Amor é um sentimento que enriquece o indivíduo de tal forma, que se Ele tiver consciência do valor de ter vivenciado o Amor, Ele sente-se realizado, orgulhoso, e completo." O que termina é a relação material, o contato corpo-a-corpo, que nos faz falta! afinal nos acostumamos um com o outro, e tem os sonhos, costumes etc, mas, essa dor da perda se comparada com a beleza de ter sentido o Amor, torna-se insignificante "É sempre muito importante focar-mos para o ângulo certo de cada situação" Aprendi que; o Amor supera, barreiras, fronteiras, etnias... o Amor pode superar qualquer obstáculo que possa vir se opor entre os Amantes Supera a sexualidade do indivíduo, pois meus relacionamentos Amorosos, foram com pessoas de ambos os sexos! O sentimento ''Amor'' toma proporções infinita, na medida que o alimentamos Ele cresce tornando-se cada vez mais forte e belo. Ele se dispreende das coisas impostas pela sociedade, pelo sistema, e torna-se autêntico, sublime, poderoso... Hoje, percebo o Amor manifestado em toda parte; Nas aves; que passam dias construindo seu ninho, depois, se privam das atividades do dia a dia, limitando-se num espaço reduzido chocando seus ovos, para dar continuação a sua espécie. Nos peixes; que arriscam suas vidas saindo de sua área de convivência, subindo o rio, nadando contra a corrente, saltando obstáculos, até encontrar um local adequado para desovar. Num canguru ; que carrega durante semanas seu filhote pesado no aconchego de sua bolsa... (Sei que essas manifestações animais, não são consideradas pela ciência, como ato de Amor. "Mas vejo como se fosse." Talvez, o não reconhecimento desses atos animais como manifestação de Amor, seja mais um erro cometido pela estupidez humana.) voltando meu relato aos animais "racionais"! Podemos perceber o Amor numa Mãe; Que mesmo sem saber nadar, se atira num poço, para salvar a vida de seu filho. Num pai; Que gasta suas energias durante horas, tentando tirar com pedradas, uma fruta numa árvore gigante, para alimentar seu filho. Nos pais; Que dedicam suas vidas, ao trabalho exaustivo, para dar maior conforto para sua família. Nos indivíduos; que doam seus próprios órgãos , para salvar, e, ou melhorar a vida de seu semelhante. Numa Mãe; que vivendo num estado de miséria absoluta, vendo seus filhos famintos, divide o pouco do alimento que possui apenas entre os filhos, e fica sem se alimentar. Nas obras de assistência sociais. Num Bom dia! Expressado com motivação e profunda afeição. Num sorriso aconchegante... O Amor está em toda parte. O que precisamos fazer para torna-lo mais intenso, é cultiva-lo. Ao nosso primeiro contato com o Amor, devemos perceber e valorizar esse encontro, que ampliado, poderá tomar proporções inacreditáveis! O Amor pode ser direcionado para determinados segmentos; Há o Amor pelas artes, pelo trabalho, pelos animais, pelo irmão, pelos pais, por dinheiro, pelo automóvel, pela vizinha(o), pela namorada(o)... O interessante é perceber-mos a importância do Amor em nossas vidas, mesmo num gesto tão simples quanto um; "Oi". E daí começar-mos a cultiva-lo, até alcançar a plenitude de nossas capacidades ilimitadas. Numa de minhas fases em busca de ampliar o conhecimento sobre o Amor. Estudando sobre o Budismo, através da Seicho-no-ie, enriqueci muito meu saber. E também descobri que por mais que pensemos saber tudo sobre o Amor, é que estamos ainda muito longe de desvenda-lo totalmente, "o que é algo impossível" Nessa fase; Eu fiquei fascinado com as descobertas; Via tudo lindo! Sorria para todos, tudo era belo! e pensava já poder definir o Amor, quando, conheci uma pessoa chamada; "Cida". Que também fazia parte da Seicho-no-ie, e, compartilhando nossa satisfação pelo conhecimento da visão religiosa Budista, trocávamos testemunhos de experiências vividas com a prática dessa doutrina, quando disse a Ela que; Eu vivia num estado de Amor tão intenso, que evitava até pisar num inseto para não maltratá-lo. Que me sentia super mal por saber que pisava em formigas e as matava sem perceber. (e era verdade) Quando que para minha surpresa; Ela se aproximou de mim, e juntando seu rosto ao meu, olhou dentro dos meus olhos e disse-me: "Mas, se ela te picar, você a mata." Naquele instante, o chão se abriu. era como se o mundo parasse por alguns segundos, coração não batia, respiração parada, um verdadeiro sentido de; um espaço vazio tomou meu ser naquele momento. Pois o que Ela dizia era verdade. Percebi que Eu precisava aprender mais sobre o Amor. Meus olhos encheu-se de lágrimas e agradeci a ela pelo ensinamento. "Em nossas vidas, existem momentos, que valem por anos de um viver comum."

(Nepom Ridna)

Um comentário:

jairnepomuceno disse...

It's beautiful!!!
Very nice.
Congratulations!!!
Without comments.